domingo, setembro 11, 2011

Dez anos depois...

Ground Zero, NY

Dez anos após os atentados às Torres Gémeas de New York, regresso à cidade que sofreu a maior humilhação da América e volto a sentir a dor de um povo. A "grande maçã", como se convencionou chamar New York, continua linda, imponente, a capital do mundo, mas com uma grande ferida no seu seio, agora conhecida por "ground zero".

Lembro-me perfeitamente do dia 11 de Setembro de 2001. Trabalhava no coração de Miami, num escritório alugado no 28º andar do edificio do Citibank, no Miami Financial Center, localizado no Bayside, com uma vista panomámica fabulosa (foto abaixo, edificio ao centro).


Bayside, Miami

Depois de entrar na minha sala, dirigi-me ao espaço reservado para as refeições para tomar o café. Foi então que vi, na televisão, um avião embatendo contra um edificio e pensei logo: mais um acidente com esses aviozinhos pilotados por poderosos inexperientes ou por jovens irrresponsáveis. No entanto, os acontecimentos que se seguiram indicaram-me que estávamos frente a um momento de viragem na história moderna da humanidade.

Momentos depois do terceiro ataque, o prédio foi evacuado porque foram feitas ameaças de que seria também atacado. Ao descer as escadas de emergência, fomos informados que a administração da empresa que geria o espaço onde estavam instalados os nossos escritórios localizava-se no último andar de uma das torres do World Trade Center. Em consequência....
Liberty Tower, NY. 

Na altura colaborava com o Florida Review, um jornal da comunidade brasileira do Sul da Flórida, e escrevi a matéria de capa: "América atacada dos céus!" Os dias seguintes foram terríveis para uma Nação que nunca tinha sido humilhada tão profundamente. Os inimigos da América viram nesses atentados uma consequência da política do império, outros o interpretaram como sinais dos tempos.

O certo é que a história nunca será igual depois do 9/11. Para bem e para o mal.
No Ground Zero, NY
New York prepara-se para reerguer a Torre da Liberdade, ainda mais alto do que as Torres Gémeas, lá para 2017. A cura ainda vai longe, a América mudou, o mundo também.

Hoje é dia de lembrar os mortos, aqueles que nada tiveram a ver com as causas e consequências dos atentados. É dia de honrar os que também se levantaram para repor o orgulho americano ferido.

Escrevo este texto no momento em que o presidente Barack Obama e o antigo presidente Goerge Bush e a América toda fazem um minuto de silêncio precisamente na hora em que o primeiro avião embateu contra as torres. Silêncio!

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