Quando estamos fora de Cabo Verde, parece que sentimos mais a terra. Durante os oito anos e três meses que vivi nos EUA sentia o país de forma diferente. Fica a sensaçäo de que somos mais cabo-verdianos quando estamos fora do que quando vivemos nas ilhas.Ainda muito jovem e mesmo com mais alguns anos no corpo, afirmei sempre que näo tinha espírito de emigrante. Hoje digo que me considero um cabo-verdiano cidadäo do mundo, um criol globbe trotter. No entanto, reitero o que sempre disse: todo o cabo-verdiano deve emigrar, pelo menos uma vez na vida. Só assim entenderá a profundidade histórica da célebre e imortal frase de Eugénio Tavares: " si ka bado ka ta virado".
Foi com satisfaçäo redobrada que recebi ontem a notícia de Cabo Verde ter sido beneficiado com um segundo pacote do Millenium Challenge Account, um dos mais importantes programas de ajuda ao desenvolvimento do governo dos Estados Unidos. O orgulho (que na maioria das vezes roça a vaidade crioula) de, uma vez mais, Cabo Verde ter feito história ao ser o primeiro país a ser beneficiado duas vezes pelo mesmo programa, teve um gosto diferente à distância.
Resta esperar pela boa gestäo do programa, um problema com o qual näo me preocupo por saber que os americanos controlam o dinheiro que oferecem lá onde o colocam e, verdade seja dita, o Governo cabo-verdiano tem sabido também gerir e bem a res publica.
Parece que gosto cada vez mais dos Estados Unidos..., onde me encontro, por sinal!
1 comentário:
É uma óptima notícia e o Executivo de José Maria Neves tem mérito nisso.
O combate à pobreza faz-se com programas desses e com a sua efectiva aplicação (vide 2 milhões que "desapareceram" na Zâmbia).
Não me preocupo com a gestão do programa precisamente porque o Congresso escalpeliza as contas e os benchmarks até ao centavo, até ao fim.
Devo mais uma vez salientar que este excelente programa, Millennium Challenge Account, surgiu por iniciativa de George W. Bush, quiçá num dos sues raros bons momentos. :)
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