Uma vez mais pude constatar a vontade de colegas e amantes da comunicaçäo social em fazer jornalismo e outros géneros de comunicaçäo para a comunidade com muito empenho e sacrificio. As dificuldades säo muitas, algumas quase inultrapassáveis, pelo menos à luz das estratégias agora adoptadas. Todos merecem o meu respeito.
No entanto, continua a causar-me alguma confusäo o facto de apesar de inseridos numa sociedade capitalista - a mais pura e dura com certeza - muitos cabo-verdianos continuarem a pensar e a agir como se estivessem em Cabo Verde, onde a carga de uma sociedade estatizada e dependente do Estado ainda é enrome. E calma aí que também fui emigrante.
Na verdade, é recorrente o discurso de "falta de apoios" que alguns reclamam do próprio Estado de Cabo Verde, quando a lógica da emigraçäo é precisamente o de rompimento com a dependência para a sobrevivência do país de onde se emigra. O emigrante sai porque näo dá para viver mais no seu país.
Sem pretender ensinar o padre a dar a missa, acredito que o emigrante deve assumir por inteiro o seu estatuto: emigrante, em relaçäo ao país de origem, e imigrante, em relaçäo ao país de acolhimento, inserindo-se neste e fazendo uso das oportunidades que encontra. Quanto ao que à comunicaçäo se refere, os medias na emigraçäo devem lutar por espaços e financiamentos onde eles se encontram, levando o mercado local a encontrar neles uma oportunidade de negócios. Também aqui os empreendedores nas comunidades emigradas teräo de passar pela escola do mercado capitalista.
Caso contrário continuamos na eterna espera de algo que ninguém sabe o que é.
1 comentário:
Olá meu caro.
Deixo a minha sugestão: usem as novas tecnologias, o Skype, o YouTube, as redes sociais... para alcançarem essa maior aproximação.
Acho que quando exigem uma maior presença do Estado de Cabo Verde junto deles, estão sugerindo ao Estado que recorra dos seus bons ofícios para conseguir algum apoio e acompanhamento social aos emigrantes mais vulneráveis.
Cumprimentos.
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