segunda-feira, abril 19, 2010

Apesar da idade

Sábado à noite, por volta das 22 horas, conclui que, de facto, os anos pesam... e o peso também pesa. Aceitei atrevidamente o convite para integrar a liderança de um dos dois grupos que, em jeito de concurso-desafio, animaram uma linda disputa na Igreja do Nazareno da Praia enquadrada na Semana da Juventude.

Durante oito consecutivas noites, tinha de encontrar estratégias e, com outros colegas bem mais novos, executá-las, na tentativa de obter mais pontos que o grupo adversário. Cada dia tinha de encontrar formas de levar mais pessoas, estimular os sócios da organização juvenil a pagar as suas cotas, criar e desenvolver actividades criativas, entre elas sabatinas, coreografia, teatro e obra social. Não me envolvi na parte financeira porque, para mim, o mais importante numa Semana da Juventude é levar pessoas ao templo e criar um bom ambiente para que sintam em casa.

Nesse sábado, em que levámos algumas cestas básicas a familias carentes em Achada Grande Trás, nem tive forças para fazer as minhas filhas dormirem, sentei-me no sofá e limitei-me a vagar no espaço entre o cansaço físico e o mental. Esgotado! No dia seguinte, ao me levantar às 6:30 para finalizar o tema que tinha de apresentar na Escola Dominical, meu corpo doía. Sentí o peso da idade e lembrei-me dos tempos em que a Semana da Juventude era uma festa, era a nossa Copa do Mundo, todo a gente queria e podia fazer algo para que o seu grupo ganhasse.

Passam os anos, fica a vontade, pensei. Domingo à noite, caiu o pano. O meu grupo perdeu, mas senti ter participado numa Semana diferente. Os jovens viram-se parte desse processo, puderam entender porque falou-se a linguagem deles, a música, em crioulo mesmo, essa lingua que nos sai da alma, tocou fundo, os nomes dos grupos, as coreografias, a liberdade que se sentiu criaram condições para que ontem, no final, a opinião fosse praticamente una: "foi uma semana diferente, o ambiente era outro, as pessoas puderam gozar!"

Novos tempos, novas abordagens. Os cristãos não podem ficar atrás na forma como abordam os temas de hoje e em como integram esta geração pós-moderna. As igrejas, expressões do movimento organizado cristão, também não. Caso contrário, regressaremos ao tempo do Cenáculo que, de tão pouco e inexpressivos, foram contados em 120. Kompas e Sósiu mostraram que se pode fazer muito!

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