
Durante oito consecutivas noites, tinha de encontrar estratégias e, com outros colegas bem mais novos, executá-las, na tentativa de obter mais pontos que o grupo adversário. Cada dia tinha de encontrar formas de levar mais pessoas, estimular os sócios da organização juvenil a pagar as suas cotas, criar e desenvolver actividades criativas, entre elas sabatinas, coreografia, teatro e obra social. Não me envolvi na parte financeira porque, para mim, o mais importante numa Semana da Juventude é levar pessoas ao templo e criar um bom ambiente para que sintam em casa.
Nesse sábado, em que levámos algumas cestas básicas a familias carentes em Achada Grande Trás, nem tive forças para fazer as minhas filhas dormirem, sentei-me no sofá e limitei-me a vagar no espaço entre o cansaço físico e o mental. Esgotado! No dia seguinte, ao me levantar às 6:30 para finalizar o tema que tinha de apresentar na Escola Dominical, meu corpo doía. Sentí o peso da idade e lembrei-me dos tempos em que a Semana da Juventude era uma festa, era a nossa Copa do Mundo, todo a gente queria e podia fazer algo para que o seu grupo ganhasse.
Passam os anos, fica a vontade, pensei. Domingo à noite, caiu o pano. O meu grupo perdeu, mas senti ter participado numa Semana diferente. Os jovens viram-se parte desse processo, puderam entender porque falou-se a linguagem deles, a música, em crioulo mesmo, essa lingua que nos sai da alma, tocou fundo, os nomes dos grupos, as coreografias, a liberdade que se sentiu criaram condições para que ontem, no final, a opinião fosse praticamente una: "foi uma semana diferente, o ambiente era outro, as pessoas puderam gozar!"
Novos tempos, novas abordagens. Os cristãos não podem ficar atrás na forma como abordam os temas de hoje e em como integram esta geração pós-moderna. As igrejas, expressões do movimento organizado cristão, também não. Caso contrário, regressaremos ao tempo do Cenáculo que, de tão pouco e inexpressivos, foram contados em 120. Kompas e Sósiu mostraram que se pode fazer muito!
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