Andar de avião na África Sul é diferente: A hospedeira avisa para não fumar, apertar o cinto e não soprar na vuvuzela. "Quem o fizer incorre na prática de um crime e será processado judicialmente", diz a voz delicada ao microfone.
O culpado é Neil van Shalkwyk, um sul-africano de 37 anos que jogava a lateral-esquerdo no Santos de Cape Town e quando marcou um golo viu um adepto soprar num chifre de kudu (espécie de antílope) e decidiu que tinha de inventar algo parecido. "Foi esse o momento. Este país tem 11 línguas e nem toda a gente percebe as canções. O som da vuvuzela toda a gente percebe".
Neil trabalhava numa fábrica de plásticos, perdeu algumas noites de sono e foi o primeiro a patentear a vuvuzela de plástico, em 2001. A empresa que fundou teve lucros de sete milhões de rands (700 mil euros) nos últimos cinco anos e já vende o instrumento para a Rússia e o Brasil. E basta ir ao YouTube para constatar que a invasão já chegou aos campos de basebol dos Estados Unidos.
O barulho nos estádios onde se disputam os jogos do mundial tem sido tal que mal se ouvem as claques e os próprios jogadores se queixam. Neil pede desculpa pelo incómodo causado, mas não tem grande peso na consciência: "Quando os craques marcam golos não se queixam." E já teve outra ideia: "Temos vuvuzelas que já vêm com protetores auriculares incluídos".
E agora que conhecemos o homem, porque não colocar uma vuvuzela no ouvido e soprar o bicho durante 5.850 minutos, ou seja 97 horas e meia, o tempo correspondente aos 64 jogos mais os prolongamentos do Mundial 2010? Eu já comecei a aprender vuvuzelar. Vejam a foto tirada na África do Sul.
2 comentários:
Aqui em Cabo Verde temos é "BUZINELA" ou seja, os taxistas e yacistas passa o tempo todo a buzinar nos nossos ouvidos, a porta da nossa casa, que se chega a pensar que o carro entrou pela casa dentro. Excelentes fotos.
Obrigado pela visita, Calu, as buzinelas são piores que as vuvuzelas porque para ouvir esas temos de ir aos estádios.
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