Entrada do Jardim do Túmulo
A tradição religiosa imposta pelo Império Português às então colónias deixou-nos como legado um significado totalmente desvirtuado do que foi e do que deve ser a chamada Semana Santa e, consequentemente, a Páscoa. Por imposição da religião-Estado, a Semana Santa constitui um marco que acarreta um conjunto de tradições (comer peixe e não carne, vestir-se de preto, não falar alto, não fazer sexo, etc. ) e sentimentos outros que não têm nem base histórica, nem sustentabilidade bíblica, o que é mais grave. O mesmo acontece nos países de influência espanhola e francesa.
A chamada “Semana Santa” devia ser um relembrar agradecido do percurso feito por Jesus Cristo desde a sua última entrada em Jerusalém até à sua ressurreição, e não apenas até à sua morte. A ressurreição é o facto maior e sem o qual não haveria nenhuma comemoração. Se Jesus não tivesse ressuscitado, para quê serviria a comemoração, carregada de tradições?
Ao contrário, a religião tradicional preferiu realçar a tarde negra em que Jesus foi crucificado, em vez de se enfocar no momento único da história do mundo: a ressurreição de Cristo. Esta é a razão da Samana Santa e de por quê o mundo deve, de facto, parar e reflectir sobre ela.
O túmulo onde os arqueólogos acreditam que Jesus foi sepultado
Cabe aqui uma pergunta: caso Cristo não ressuscitasse, a sua estada na terra dividiria a história em antes e depois d’Ele? Não seria Ele mais um profeta, humano, como tantos outros que terminaram a sua excelente missão com a morte?
A Semana Santa é ocasião para nos alegrarmos pelo sacrificio que Jesus fez pela Humanidade. Não para nos entristecermos nem penitenciarmo-nos por nada, porque quem pagou o preço foi Ele e não nós.
A ressurreição, facto que a Ciência continua afanosamente a tentar desmentir, é a razão desta semana e ela significa a vitória da morte sobre a vida. Com a ressurreição de Cristo, a vida ganhou outro sentido, que o próprio Jesus revelou numa das suas intervenções: “Vim para que tenham vida (numa clara referência à eternidade) e vida em abundância (ou seja: vivam felizes aqui na terra porque depois da morte há outra vida)”.
Escuso-me, por motivos óbvios, de comentar a comercialização da Páscoa, dos coelhos, dos chocolates...
Escuso-me, por motivos óbvios, de comentar a comercialização da Páscoa, dos coelhos, dos chocolates...
Feliz Páscoa a todos, sem tristeza nem impedimentos, e que o Cristo ressurrecto seja o motivo da nossa alegria.
Com a Valéria à entrada do túmulo
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