segunda-feira, junho 04, 2007

Velho debate e finalmente novos temas


Nos Estados Unidos, a relação entre a política e a religião está sempre na pauta informativa e, tanto os políticos como os religiosos – atenção:não os chamo de cristãos! – a manipulam a seu belo prazer. Só a título de exemplo, no ano 2000, George W. Bush teve 500 mil votos populares a menos que o seu adversário Al Gore e logo na primeira semana do seu mandato, ele montou toda uma estratégia para conquistar os votos de quase 4 milhões de americanos evangélicos que não votaram nessa eleição porque não iam com nenhum dos dois. Quatro anos mais tarde Bush ganhou com 3 milhões e 500 votos a mais do que seu adversário John Kerry.

Ele até se passou por cristão e levou muitos na conversa, batendo nas duas teclas de sempre: o aborto e o casamento entre homossexuais. Dois temas sempre tratados com demasiada hipocrisia que arranca votos somente junto dos chamados evangélicos “políticos”, esse mesmos que, nas últimas três décadas, lançaram a Igreja americana na lama da vergonha.

No outro dia assisti a um debate televiso na CNN em que finalmente alguns estudiosos desse tema alertaram para outros problemas que devem estar na agenda dos cristãos, tais como a pobreza, o aquecimento global, a desigualdade, a falta de acesso ao bem-estar. Os debatedores lembraram que esses “novos” temas também preocupam a Deus e que aqueles que se dizem seus seguidores devem preocupar-se com esses assuntos, mesmo que rendem menos votos e sejam menos "politicamente correctos".

É terrivelmente violentadora da mente de qualquer mortal que alguns líderes religiosos se roguem o direito de, através da manipulação da mídia e dos púlpitos, definir os temas que, segundo eles, devem nortear o pensamento daqueles que frequentam as igrejas. Aqueles que de facto se consideram cristãos sabem que a sua ação não se pode limitar a votar contra o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas, para além de ter posições claras e abrangentes sobre esses temas, devem contribuir, tendo por base a verdade revelada pela Biblia, para que o homem se realize aqui na terra, “com uma vida abundante”, como disse o próprio Jesus Cristo.

Como sempre, os cristãos de hoje continuam sendo chamados para marcar a diferença e não para ir no barco desde ou daquele político, ou desta ou daquela corrente ideológico.

1 comentário:

youth team disse...

Oi irmao. Obrigado pelo excelente artigo. As vezes me surpreendo com alguns nazarenos que acham que nao votar num determinado partido, eh alinhar com o pecado e o diabo. Como crente, cristao, tenho sentido muita vergonha, pela maneira que o nome de Cristo tem sido aliado a certas pessoas e certos grupos. Obrigado pela tentativa de nos abrir os olhos. Fico com a impressao de ouvir um uma voz susurrando, de vez enquanto "sepulcros caiados". Let's talk the talk, and walk the walk. Um abraco,
Pst Carlos Tavares