Sete anos depois do fatídico 11 de Setembro de 2001, a América parou hoje para homenagear aqueles que morreram nos atentados que dividiram a história recente em duas eras. No mundo todo, as televisões e os jornais prepararam edições e reportagens especiais. Mas,passados sete anos - 7, o número da perfeição - será que a América e o mundo aprenderem com esse dia negro?
Os atentados de 2001 revelaram um mundo intolerante, sem nenhum tipo de diálogo civilizacional, autoritário, onde os poderosos se impõem pela força e não pela razão, carregado de ódio e onde faltam os valores que, de facto, asseguram uma vida colectiva armoniosa.
Sete anos depois, a América, pelas mãos de George W. Bush, está mais arrogante do que nunca e não consegue entender que, nesta era pós-moderna, lidera quem sabe e não apenas quem pode através do poder militar e do económico, que começa a desaparecer. E, apesar da onda fresca chamada Barack Obama, não antecipo mudanças no "american establishment".
Do outro lado, os fundamentalistas árabes radicalizaram-se ainda mais e parecem querer manter o estado primitivo em que vivem seus povos. Além disso, as elites políticas e económicas que, com um discurso ocidental de aparência e petróleo mantêm-se no poder, pouco ou nada fazem para criar uma nova geração capaz de aceitar a diferença.
O resto é o resto, e como resto que é segue a esteira das duas grandes potências em conflito, enquanto a economia mundial entra num espiral de decadência cujo fundo se desconhece. As desinteligências continuam, o desrespeito pelos direitos humanos ultrapassou o inimaginável em pleno século 21, os poderosos mantêm-se no poder à custa de todos os truques, seja em Angola, Cuba, Congo, Uganda, Sudão, Veneuela ou China, e fica no ar uma real sensação de que a humanidade continua assobiando para o lado.
Sete anos depois de 9/11, os povos não contam. A fome se alastra, a desesperança se instala, as doenças matam em catadupa e a terra grita através de catástrofes naturais.
Não quero parecer fúnebre porque acredito num futuro melhor, mas estou seguro que o mundo não aprendeu com o 9/11.
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