Eu também tenho as minhas críticas e sei que pode-se e deve-se ter uma melhor Televisão. Foi precisamente por ter a noção exacta do problema que aceitei o desafio de tentar ajudar a melhorar a RTC naquilo que puder e souber, tanto na rádio como na televisão. Sem ser nenhum salvador da casa. No entanto, sei separar as coisas.
O que me motiva a redigir estas notas é o facto das pessoas exigirem uma comunicação social cabo-veridana à altura da concorrência estrangeira que nos entra casa adentro, através da Zap e da internet.
Sem pretender ser corporativista, gostaria de perguntar se temos hospitais e profissionais de saúde à altura dos que encontramos no estrangeiro; se a nossa arquitectura alguma vez ganhou um prémio no exterior; se os nossos artistas vencem os Grammys anualmente e vendem milhões (no estrangeiro, claro); se os nossos intelectuais criam correntes e marcam gerações; se os nossos engenheiros civis são tão bons que impedem a vinda de empresas portuguesas e chinesas; se os nossos professores são os melhores ao ponto de os alunos falarem muito bem o Português; se os nossos políticos são tão brilhantes que Obama, Lula, Brown, Angela e Sarkozy podem agendar uma cimeira em Cabo Verde para apreciar a performance deles.
Não se espantem! Não pretendo dizer que a comunicação social está bem - pessoalmente creio que podemos e devemos fazer muito mais. Também não pretendo inferir que não possuimos excelentes médicos, arquitectos, engenheiros, intelectuais, músicos, professores ou políticos. Não!
Pretendo simplesmente dizer que Cabo Verde tem aquilo que o seu desenvolvimento lhe permite, quer queiramos, quer não. O resto é basofaria de criol. E utopia!
3 comentários:
Álvaro, escusado será dizer que estou totalmente de acordo com a ideia deste teu post! Que eu costumo dizer aos que me fazem as mesmas críticas, que a nossa comunicação social não é mais do que o 'espelho da sociedade que temos hoje'... em todos os sentidos. Que também estou de acordo que não temos aquilo que merecemos, que queremos, que desejamos... Sem a ideia de corporativismo, reconhecendo conscientemente, que muitos não dão tudo o que podiam, e que poderíamos estar um pouco melhores. O certo, certíssimo é que não podemos, de maneira nenhuma, estar como uma BBC ou uma CNN (para só citar dois exemplos)... Kms de distância impedem sequer qualquer semelhança!
Fonseca, obrigado pela visita e pelo comentário. 100% de acordo.
Oi, Alvaro, saudades tuas. Já lá vão mais de 10 anos, não?
Concordo com o teu post. E a receita aplica-se em Portugal, quanto ao conteúdo das noticias veiculadas.
A mim faz-me impressão como divulgam as noticias, que são trabalhadas pela metade, pelo lado sensacionalista, e sem contraditório e confirmação da fonte.
Há de facto uma autofagia das notícias, que de tanto de serem marteladas diariamente nos media, passam a ser verdades, mas apenas por fora... o conteúdo diluiu-se na pressa de vender.
Como disse há tempos o jornalista luso, obreiro do projecto RTP África, Pinto Coelho, já não se faz verdadeiro jornalismo, nem tão pouco o de investigação. Este está comprado pelos grandes grupos económicos e políticos.
Enfim, cada povo tem o jornalismo que quer e que compra.
Saudações cá da Metrópole.
Força
Leta
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