Não sou fã dessa psicose mundial que é a Miss Universo que, em Cabo Verde, até chega ao ridículo de miss rua, mas a vitória da angolana Leila Lopes na final de ontem no Brasil teve um toque especial. O mundo volta a olhar, e de forma diferente, para a beleza africana, apesar de aqui na terra muitos terem ainda o complexo de que a beleza é branca. Quem tem ouvidos que ouça os comentários nos cafés da Praia, Sal e Mindelo.
Gostei das primeiras declarações da Miss Universo, por sinal, estudante na Inglaterra, muito concentrada e consciente de que a noite de ontem mudou-lhe a vida, mas foi apenas uma noite. O que ela disse:
- "Não mudaria nada do meu corpo e gosto de como Deus me criou. Nasci assim, não tenho plástica nenhuma".
- "Essas pessoas [que têm preconceito] é que devem procurar ajuda, porque não é
normal em pleno século 21 pensarem dessa forma".
- "De certa forma, a minha vida acaba de mudar. Vou precisar de Deus e de ter os pés bem assentes na Terra".
A mídia cabo-verdiana diz que Leila Lopes é filha de cabo-verdianos, motivo para mais um orgulho crioulo, que espero seja são. Procurei em tudo o que é fonte de informação na internet sobre a nova Miss Universo e não encontrei nenhum vestígio de que os pais sejam cabo-verdianos, embora a nossa comunidade seja significativa em Benguela.
Por agora, como disse o meu sobrinho Dárius, o mais importante é que a beleza africana foi reconhecida. Mas a Miss Universo é angolana.
3 comentários:
A própria já desmentiu a noticia...o pai é do Kwanza sul de uma familia muito conhecidaa em Angola e a mãe de Benguela.
Por isso também não vejo o porque de se dizer que a cabo-verdiana.
Tem-se falado muito sobre a sua descendência. Quer comentar?
L.L.: Infelizmente muitas informações que são publicadas não têm o mínimo senso. Entre elas a minha descendência. Não tenho absolutamente nada de cabo-verdiano, sou 100 por cento angolana, filha, neta e bisneta de angolanos.
O resto da entrevista pode ser visto site http://www.voanews.com/portuguese/news/Leila_Lopes_Miss_Universo_Angola_VOA-129715763.html
Prezado Anónimo (da próxima escreve com o teu nome próprio, este é um espaço de amigos, ehehehe) e Ianischacole: obrigado pelas excelentes achegas. Tudo esclarecido como eu supunha. Desde o início, ví que a vaidade crioula tinha desvirtuado a verdade. Mantenhas.
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