Ao contrário do que é hábito no crioulo, Cize nunca gostou de "show off" e basofaria. Nunca disse que estava na moda ou que devido ao Grammy que ganhou ou as condecoraçoes que recebeu por este mundo fora que todos tinham os olhos nela. No entanto, ela foi a única que, de facto, tornou conhecido o nome de Cabo Verde no mundo.
Por exemplo, duas horas depois da morte dela, a TV Globo, a quarta tv do ranking mundial, dava a noticia. Deixo aqui, o que alguns jornais escreveram sobre Cize, um resumo do site http://www.sapo.cv/.
CBS News (EUA)
A cadeia americana CBS News destaca o Grammy arrecadado por Cesária, em 2004, e o papel que a cantora teve ao levar a música das ilhas através do mundo.
“Ela cantava para públicos que não entendiam a sua língua, mas que mesmo assim ficam rendidos ao seu encanto, pela simplicidade e pelos ritmos da música.”
BBC (Inglaterra)
A BBC dá grande destaque à notícia da morte de Cesária no seu site, fazendo uma retrospectiva da carreira de Cize, depois de ter sido “descoberta por um empresário da música francês.”
Este órgão refere-se à “Barefoot Diva”, Diva dos Pés Descalços, em inglês, e ao seu disco Miss perfumado, de 1992, que vendeu 300 mil cópias através do mundo
“Cesária Évora teve uma inclinação para o álcool e o tabaco, e nos últimos anos enfrentou problemas de saúde.”
El Mundo (Espanha)
“Evora, conhecida pela “diva dos pés descalços” ou a “rainha da morna” - uma estranha mistura do fado português, da modinha brasileira, do tango argentino e do lamento angolano -, havia anunciado, há três meses, em Paris, que se retirava dos palcos motivos de saúde.”
Euronews (Europa)
“Apesar do seu talento ter sido detectado quando era ainda jovem, só depois de 1990 começaria a ganhar reputação internacional, quando foi convidada a gravar em França e de imediato conquistou o coração dos franceses.”
Salon.com (EUA)
A sua forma de cantar levou muitos a compará-la à cantora de jazz americana Billie Holiday”, e já o jornal francês Le Monde dizia, em 1991, que Cesária Évora pertence à aristocracia das cantoras de bares.”
Vancouver Sun (Canadá)
“A lendária cantora cabo-verdiana Cesária Évora, apelidada de Diva dos Pés Descalços, morreu hoje, aos 70 anos, três meses depois de ter anunciado a sua retirada por razões de saúde.”
O jornal canadiano ilustra a notícia recuperando alguns episódios da vida de Cesária: “A mãe, cozinheira, entregou Cesária aos sete anos a um orfanato depois da morte do pai. Desde a idade dos 16 anos que Cesária cantava em bares e em festas particulares, a troco de algum dinheiro, cantando cantigas de amor, pobreza e sobre o mar.”
Associated Press (EUA)
A história da vida de Cesária é também recordada, num longo artigo, pela agência noticiosa americana Associated Press, que escreve que ela “não recebia dinheiro quando cantava nos bares da baía de Mindelo – apenas bebidas grátis.” Mesmo quando veio o sucesso, continua o artigo, “Cesária não dava muita importância ao estrelato, voltando para o Mindelo sempre que podia. Reconstruiu a casa da sua infância, transformando-a numa casa de 10 quartos onde familiares e amigos costumavam ficar.”
The Globe and Mail (EUA)
O jornal refere que Cesária nasceu e cresceu em Mindelo, uma cidade portuária de 47 mil habitantes, na ilha de São Vicente, “onde marinheiros europeus, americanos e africanos e asiáticos se misturavam numa cidade extremamente cosmopolita e com uma vida nocturna muito viva. A música desta ilha recebeu influências de todas estas culturas, tornando-a difícil de classificar.”
Novinite (Bulgária)
O site búlgaro de língua inglesa destaque o desaparecimento de Cesária Évora com uma foto de corpo inteiro da cantora; recorda a carreira de Cesária nos bares de Mindelo e como a cantora conquistou os fãs búlgaros com as suas músicas muito profundas, em dois concertos, nos anos de 2005 e 2009, na capital Sófia.
Rádio Voz da Rússia
“Cesária Évora era conhecida também pelo seu lado humanitário e por trabalhos em prol das comunidades. Graças a ela milhares de cabo-verdianos puderam aprender a ler e escrever.”
Le Monde (França)
O jornal parisiense cita as declarações do ministro da Cultura Mário Lúcio, do Primeiro-Ministro José Maria Neves e do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca. “Depois do sucesso no mercado francês, no início dos anos 1990 com Sodade e até ao final desta década, Cesária Évora teve uma carreira exemplar, com tournés por todo o mundo. Chegou a cantar com Caetano Veloso, Marisa Monte, trabalhou com nomes como Emir Kusturica ou Linda Rondstadt.”
Le Point (França)
“O sucesso, tardio para uma cantora já com 50 anos, nunca mais parou, propagando-se a todo o planeta. E foi na sua ilha que ela festejou os seus 70 anos, na simplicidade, no dia 27 de Outubro.”
L’ Éxpress (França)
“Após 15 álbuns, entre os quais um disco de duetos lançado em 2010, Cesária Évora era um grande nome da world music. Em mais de 20 anos de carreira, ela levou o mundo a conhecer a morna, música originário de cabo Verde”
Diário do Pernambuco (Brasil)
“Esta ex-cantora de bares na cidade de Mindelo, na ilha de San Vicente, tornou-se subitamente uma celebridade mundial com seu terceiro disco, "Miss Perfumado", em 1992, e pouco depois realizou dois shows triunfais em Paris.”
Estadão (Brasil)
“Morreu neste sábado, 17, a cantora Cesária Évora, aos 70 anos. A intérprete estava internada no Hospital Baptista de Sousa, em Mindelo, Cabo Verde, com insuficiência respiratória e edema pulmonar.”
“Apelidada de "a diva dos pés descalços", Cesária, que era cabo-verdiana, foi premiada com o Grammy de melhor álbum de World Music Contemporânea, em 2004. Ela também fez duetos com nomes da música brasileira como Caetano Veloso e Marisa Monte.”
"Eu preciso de quando vez da minha da terra, do povo que sou e desse marulhar das ondas", confidenciou Cesária Évora.”
RTVE (Espanha)
Morreu a Cesária Évora, a “diva descalça” que popularizou os “blues” cabo-verdianos
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